terça-feira, novembro 25, 2025
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Ensino superior: participação negra tem déficit de 20 pontos

Um levantamento inédito do Unico Skill, com base em dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Sudeste é a região onde pessoas negras têm a menor representatividade no ensino superior quando comparada à sua presença na população. Nessa região, pretos e pardos são 49,3% dos habitantes, mas correspondem a 29,4% das pessoas com diploma universitário — diferença de 19,9 pontos percentuais. (O termo "negro" não aparece no Censo do IBGE, mas o Estatuto da Igualdade Racial define como população negra "o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas".)

No Centro-Oeste, a diferença é de 14,4 pontos (negros são 61,6% da população e 47,2% dos graduados). Em seguida, está o Nordeste (disparidade de 13,3 pontos, com negros formando 72,6% dos habitantes, mas 59,4% das pessoas com graduação). No Sul, a disparidade é de 12,3 pontos (negros são 26,7% da população e 14,5% dos graduados). A região Norte é a que tem a menor diferença: 8,9 pontos (com negros representando 76% da população e 67,1% dos graduados). Nacionalmente, a disparidade é de 19,2 pontos percentuais — negros são 55,5% da população, mas presença desse grupo entre pessoas graduadas é de 36,3%.

Os números melhoraram em relação ao Censo 2010, quando o déficit de representatividade de negros entre graduados era de 26,4 pontos (eram 50,9% dos habitantes do país e 24,6% dos formados). A melhora foi de 7,1 pontos percentuais. O número de pessoas negras que concluíram a universidade passou de 3,3 milhões em 2010 para 9,4 milhões em 2022, alta de quase 185%.

"A desigualdade no acesso ao ensino superior compromete o desenvolvimento social e econômico de todo o país. Um Brasil mais justo e produtivo passa, necessariamente, por mais inclusão na educação", afirma Adriana Dalben, head de Pessoas do Unico Skill.

Já a participação de brancos entre pessoas graduadas é maior do que a proporção desse grupo racial na população: nacionalmente, representam 43,5% da população e são 62,3% das pessoas com educação superior (diferença de 18,9 pontos percentuais). No Sudeste, a disparidade também é de 18,9 pontos. No Centro-Oeste, 14,6 pontos; Nordeste, 13,4. Sul, 11,8, e Norte, 10,8 pontos.

Diferença por gênero

Embora exista déficit de representatividade entre homens negros e mulheres negras no ensino superior do país, essa diferença é menor entre mulheres. Maior grupo demográfico do país, as mulheres negras representam 28% da população e compõem 22% das pessoas com educação superior — diferença de seis pontos percentuais. Já homens negros, que são 27,4% da população, representam 14,2% das pessoas que concluíram a graduação — nesse caso, a disparidade é de 13,2 pontos percentuais.

A única região em que um dos grupos, homens negros ou mulheres negras, tem um pequeno saldo positivo na representação entre pessoas com graduação é o Nordeste, onde mulheres negras são 37,2% da população e 38% entre os que concluíram a faculdade — vantagem de 0,8 ponto percentual. Por outro lado, essa é a região em que os homens negros têm o saldo mais negativo, de 14 pontos — são 35,4% dos habitantes, mas apenas 21,4% entre os graduados.

Para Adriana Dalben, "mudar esse cenário exige o envolvimento de toda a sociedade. O setor privado tem um papel fundamental ao investir em soluções que democratizam o acesso à educação, o que é positivo para a competitividade das próprias empresas e do país como um todo". Segundo o Ranking Mundial de Competitividade de 2025, do International Institute for Management Development, o Brasil ocupa o 58º lugar em uma lista com 69 nações, e o baixo nível educacional é um dos fatores que puxam o país para baixo.

Mais de 100 empresas já assumem esse papel por meio do vale-educação do Unico Skill. A lista inclui nomes como Nestlé, Heineken, banco BV, BMG, Motiva (antiga CCR), Ypê, Alelo, Pague Menos e outras, que juntas têm mais de 200 mil funcionários. Elas pagam um valor fixo mensal por pessoa, e os colaboradores passam a ter acesso gratuito a uma plataforma com mais de 26 mil opções de graduações, pós, MBA, cursos livres, técnicos, de idiomas e mentorias em mais de 100 instituições de ensino brasileiras e estrangeiras, como Ibmec, Insper, Mackenzie, FGV, USP, Estácio, CNA, Coursera, Kellogg, entre outras.

Sobre o Unico Skill

O Unico Skill é uma empresa brasileira que busca democratizar o conhecimento no ambiente corporativo, fornecendo educação ilimitada como benefício trabalhista a funcionários de empresas e seus dependentes. O benefício é ofertado por meio de um catálogo com milhares de cursos de diversas áreas, em diferentes níveis, de instituições renomadas do Brasil e do exterior. O Unico Skill tem mais de 100 clientes que, juntos, somam 200 mil colaboradores, e foi eleita uma das 100 Startups to Watch 2025, na categoria Tecnologia, pela revista Empresas & Grandes Negócios.